quinta-feira, 25 de janeiro de 2007

O Melhor Está Ainda por Vir

Depois do grande triunfo na semana passada (muito graças à minha reportagem esforçada), esta semana, se a edição do jornal não vai nua do meu trabalho, vai pelo menos travestida; isto porque a minha "grande" reportagem não passou ao papel ainda, por o autor - ou seja, eu - ter estado a transcrever entrevistas dos outros... além de ter sido desviado para outras “estórias”, que por capricho dos envolvidos, não se chegaram a realizar. Já para não falar das dificuldades de meios, porque, como referi anteriormente, não chegam os computadores para todos, nem outro material necessário à execução do mesmo...

A reportagem do Yoga terá mesmo de ficar para a semana - mas vai valer a pena (se me deixarem escreve-la como eu quero)...
A próxima edição vai ser mesmo muito influenciada por mim, mas isso fica para daqui a 8 dias...

segunda-feira, 22 de janeiro de 2007

Estagiador Implacável

Esta semana - corrijo: amanhã, já vou ter mais 3 reportagens debaixo da cintura. Amanhã, porque 2 dos alvos não se deixaram apanhar hoje; pelo que 1 está agendado para amanhã, e o outro também, mas ainda não o sabe.

Uma das reportagens vale bem a pena (para compensar as de "pólvora seca" que me saem) - vou entrevistar uma Mestre de Yoga (se não for esse o termo, amanha já devo ter a o nome correcto), e irei tentar aprender qualquer coisa mais útil, do que caber dentro de uma máquina de lavar roupa, sem centrifugar.

De destaque ainda, a iniciativa inédita do editor do Jornal, em me atribuir a composição de um anúncio - estreia absoluta - ainda que este se trate de um anúncio em forma de passatempo... não sei se terá sido por achar que eu tenho jeito para a coisa, ou para me testar; mas sai-me bem, e ele também achou.
A creatividade sempre foi o meu forte.

sexta-feira, 19 de janeiro de 2007

Aclamação

Cumprida uma semana-e-um-dia de estágio efectivo, 30-e-tal horas de prática jornalística, 3 mini-reportagens, + 1 assim-assim, 2 edições do jornal, além de incontáveis dedilhações e outras lides rudimentares indispensáveis ao normal funcionamento da empresa, é hora de fazer um balanço provisório…

Embora esse papel coubesse mais ao balanceador do que ao balanceado, acho que falo pelo patrão, quando digo que o estágio acabou aqui; efectivamente, o estagiário deu lugar ao repórter, ao jornalista, ao colaborador de quase pleno direito.

O estatuto de estagiário mantém-se, assim como a remuneração e a posição no fundo da escala evolutiva profissional; mas tudo o resto me coloca ao nível dos outros, dentro da redacção. A prova disto mesmo, está no esquecimento, por todos - responsáveis do jornal pelo estágio, e eu próprio - esquecimento geral, portanto, em enviar o fax comprovativo da folha de assiduidade desta semana, para o IEFP... mas isto é um jornal - não se compadece com horários nem com rotinas burguesas... (resta ver, se, e quando, vou receber...)

Hoje, com a distribuição do jornal, recém-impresso de madrugada, chegaram os primeiros elogios e o reconhecimento, pela minha reportagem! E com isto, vem também mais crédito, espero, para melhores trabalhos; porque mais trabalho, já eu tenho…preciso, já agora, é da minha própria secretária, do meu próprio PC, material de escritório, etc.

Porém, este é um pequeno semanário, ainda que de muita qualidade e em crescimento acelerado, nestes quase 2 meses de actividade. Toda a gente dá o litro, levanta o kilo, e sacode o metro.

quinta-feira, 18 de janeiro de 2007

Tempus Fugit, Carpe Diem

Parece que a gestão do tempo vai ser sempre um problema aqui. Dai provém uma sobrecarga de trabalho para todos, naturalmente, e para o estagiário, ultimamente…

Eu não me importo de fazer o trabalho que os outros não podem, ou mais amiúde, não querem fazer, porque até gosto de estar sentadinho, a dedilhar infernalmente no teclado, em vez de andar em deslocações parvas, que implicam cumprir horários e um monte de outras coisas mais stressantes e trabalhosas. O único problema dedilhatório, são mesmo os conteúdos que tenho que dedilhar – maioritariamente intragáveis, mal concebidos - e frequentemente - atribuídos à última da hora - quer isto dizer: quando o estagiário está em fim de turno, ou atolado em trabalho.

Felizmente, é nestas alturas que o estagiário lembra que há trabalhos piores... e a aparente facilidade com que me tenho saído de todas as situações, é surpreendente até para mim! Acho mesmo, que poucas vezes fui tão eficiente! Tanto que chega a ser assustador, porque, por um lado, não é costume (porque estou fora do meu meio), e por outro, ao me revelar m-a-i-s competente que outros que lá estão, isso pode, paradoxalmente, motivar resistências de terceiros, indesejadas e até nefastas... felizmente, é nestas alturas que o estagiário lembra, que já sobreviveu a coisas piores...

Ps - Como vingança, esta noite vou trabalhar para mim - tenho uma reportagem a realizar, com fotos e tudo, sobre um curso de português para estrangeiros; o único "catch", é que não vou receber nada (mais) por isso... a não ser a minha própria satisfação.


18.01
O dia hoje foi mais calmo, apesar de ser dia de fecho de
edição.
Entreguei a reportagem que idealizei e realizei por minha iniciativa ontem à noite, usando apenas os meus próprios meios, no meu tempo livre. Não houve muitos elogios, como era de esperar, mas caiu bem. A eles, ao jornal e ao estagiário, porque é diferente "conceber e trazer ao mundo" um projecto totalmente controlado por mim, em vez de ter de "adoptar" o trabalho enjeitado dos outros...!


Pensando bem, não controlo "totalmente" o projecto - assim que ele foi entregue na redacção, perdi praticamente a paternidade do meu primogénito!
Tenho que esperar pela edição de amanha para saber se sou o pai ou o padrasto. Só espero que não saia nem bastardo, nem aborto...

terça-feira, 16 de janeiro de 2007

Sorte de Paparazzi

O chamado "Furo" jornalístico tem razao de ser, aparentemente; só que para mim, o significado é mesmo de "contas furadas", pois os meus forços têm saido frequentemente furados.
A primeira reportagem foi contestada pelos "visados", embora isso tenha sido responsabilidade dos próprios, por prestarem informações incorrectas; seguidamente, mais três tentativas goradas - todas no mesmo dia: a pequena entrevista a um Bancário, por falta de colaboração e desinteresse dos funcionários; a recolha de ocorrências junto da PSP, por o Comandante se encontrar ausente, na altura; e finalmente, a "grande" reportagem que eu tinha planeado e proposto sobre uma Acção de Formação para Estrangeiros, prevista começar naquele dia, mas que não começou, devido a doença súbita do formador...
É óbvio que estas são situações fortuitas e facilmente reversíveis (exepto talvez a última, no caso de se tratar de doença terminal), nada que um pouco de persistência não resolva.
Para mais, estas incidências são até úteis na aprendizagem.
A propósito, a minha colega de redação, disse algo como - "Sorte de Jornalista principiante". Curioso. Sempre pensei que "sorte de principiante" queria mesmo dizer "sorte". Pelo visto é só ao jogo.

segunda-feira, 15 de janeiro de 2007

O Primeiro Dia

O 1º dia começou com uma espera inútil de 20 minutos, à porta do jornal.
Primeira lição - Einstein estava certo, e a sua teoria da relatividade também, ainda que alguém prove o contrário. A dimensão temporal no jornal, é relativa à vontade do Director.Passado esse contratempo e ajustados os ponteiros entre o director e o estagiário, era tempo de calçar a manga-de-alpaca e desenvolver as primeiras tarefas.

A saber:

  1. Transcrever o conteúdo de cartas dos leitores
  2. Pesquisar notícias relevantes num jornal nacional de referência;
  3. Fazer a pré-revisão de artigos
  4. Realizar a primeira reportagem
Em relação aos pontos 1 e 2, não à muito a acrescentar; já os pontos seguintes merecem uma atenção especial.
Fazer a revisão dos artigos, é um trabalho grato, porquanto embora a função principal seja encontrar erros e prevenir "gralhas" no texto a imprimir, permite, complementarmente, bons momentos de diversão com algumas das incorrecções encontradas.
Uma das que me apraz fazer referência, foi recolhida na secção desportiva - como não podia deixar de ser - onde o repórter, intencionalmente ou inadvertidamente, citando um dirigente desportivo de um clube de Futebol, escreveu, em vez de "usucapião" termo jurídico medianamente conhecido, escreveu ele "uso campeão" - erro compreensível, dado o contexto desportivo...

Já quanto à 1ª Reportagem, não sendo propriamente virgem nessa actividade, foi a primeira vez profissionalmente - pelo que fiquei um pouco apreensivo, para mais porque, desde o momento em que recebi o "convite", até estar de bloco e bic na mão, em frente ao entrevistado, foram apenas 50 segundos e duas portas ao lado.
Fui conduzido até lá, apresentado, e deixado despernadamente só com o suposto proprietário do Bar onde ocorreu a entrevista, a propósito da recente inauguração do mesmo.
Os primeiros 2 minutos da entrevista foram penosos - o sujeito parecia desconcertado com as perguntas, respondendo "sim", "não sei" e "não", a perguntas simples. Fiquei a pensar se seria de mim; estaria a fazer as perguntas certas, ou seria da outra parte? - e era. Rapidamente me apercebi que o individuo fazia lembrar Ozzie Osbourne, e quando consegui arrancar a este sósia mental do ex-músico Inglês, a história da sua vida, percebi que realmente os dois tinham similaridades.

Tal como o britânico, o entrevistado tinha estado ligado ao mundo da musica e da noite - embora com uma carreira e uma conta bancária menos fulgurante. Ainda assim, segundo ele, durante 20 anos tinha sido DJ e animado Karaokes... o que por ventura lhe queimou o cérebro.

Ora, finda a entrevista, aprovada e publicada no jornal, acontece que, ainda antes de ter o prazer de folhear as paginas e reler o meu próprio trabalho, a primeira pessoa que encontro à porta do jornal, é a "companheira" do dito entrevistado. Eu tinha a encontrada no dia da entrevista, mas não tínhamos trocado muitas palavras, por isso estranhei quando ela se aproximou, mas entendi depressa que vinha ai reclamação...
Parece que ela é que era a proprietária do estabelecimento, não o ex-DJ de miolo mole, como eu tinha sido induzido a pensar, e logicamente, a escrever - afinal, não só ele se identificou como tal, como ela se desinteressou pela entrevista... o que havia eu de pensar?
O pior era que havia para ali outras complicações de família que ela começou a querer contar; aí eu fiz questão de colocar mais lenha na fogueira, e culpar o DJ-barra-karaoqueiro, como de facto; mas ao mesmo tempo, descansei a senhora, prometendo que faríamos uma rectificação na edição seguinte (como veio a acontecer).